sexta-feira, 5 de abril de 2013

Adoção com naturalidade


“Adoção para mim, é outra forma de gerar, dando oportunidade a quem quer ser filho ou filha, dando a oportunidade de um lar, uma família para amar, educar e que dê suporte no decorrer da vida” (Marina Menck)

Marina Vitorino Menck, 20 anos, foi adotada ainda recém nascida. Marina cursa publicidade e propaganda na Anhembi Morumbi, trabalha em uma agência de marketing, cuida de um site que gerencia eventos para estudantes, desenvolvedores da Microsoft, cujo nome é ITM Channel Marketing. Possui dois irmãos, um de 25 e o mais velho, de 28 anos.

De acordo com ela, desde o início da convivência com os irmãos, nunca houve qualquer tipo de desrespeito pelo fato da adoção, seja em qualquer briga ou confusão que tenha acontecido dentro de casa. Pelo contrário!

Em alguns casos, eles tiveram até mesmo que defendê-la de preconceitos por parte da sociedade: “No meu caso que sou negra e fui adotada por uma família com descendência italiana e alemã foi bem complicado, porque as pessoas dizem na maior cara de pau "mas vocês são tão diferentes!!!". Minha família sempre tratou com tanta naturalidade que inclusive rimos quando lembramos dessas situações. Porque o que é ser diferente?”

Sendo assim, essa se torna uma demonstração positiva de família que soube administrar bem os filhos, entre eles, os dois de sangue e a adotiva. Marina conclui sua situação da seguinte maneira: “O clichê é que pai e mãe são quem cria, mas para mim, pai e mãe são quem ama. E isso serve para todas as pessoas dentro de uma FAMÍLIA”.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A grande família


Com o crescimento do número de divórcios no Brasil, mais de 351 mil em 2011, segundo pesquisa do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresce também o número de pessoas que voltam a se casar após a separação. 
De acordo com o estudo, 20,3% dos divorciados voltam a se casar. Se levarmos em conta o número de pessoas que mantém um novo relacionamento mas não o oficializam no cartório, a tendência é de aumento nos índices.
Como as taxas de divórcio são maiores entre pessoas de 30 e 53 anos, é comum que algum indivíduo do casal já possua filhos fora desse casamento, e algumas vezes, os dois parceiros passam por essa situação.
“Eu tenho um irmão que é dos meus pais, uma irmã do meu pai com a minha madrasta e outro ‘irmão’ do antigo casamento da minha madrasta”, conta Letícia Souza, 16 anos. Para Letícia, a relação com a pequena Pietra, de apenas dois anos, é a mais tranquila. “Ela é um amorzinho, brinco com ela e temos uma relação muito boa, ela é muito gostosa de se conviver”, afirma.
Apesar do bom clima, a situação nem sempre é assim. “Com o Guilherme, filho mais velho da minha madrasta, a relação é horrível. Ele me trata muito mal e só vê o valor material das coisas. Não consigo considerá-lo como meu irmão de verdade”, destaca.
Ela também conta que a relação com a madrasta não é das melhores e admite que isso pode influenciar nos problemas com o garoto de oito anos. “Ela não tem o papel de mãe para mim, nunca está ali quando eu preciso, e isso talvez gere uma rejeição minha com ele, não sei”, explica. “Acredito que não seja pelo fato dele ser menino, pois com o Lucas tenho um convívio excelente, é claro que temos brigas, mas nada demais”, completa ela ao falar do irmão de 18 anos, fruto do antigo casamento de seus pais. 


O passo a passo da adoção


Menina, recém-nascida, saúde perfeita e, de preferência, olhos claros. Esse é o desejo da grande maioria dos casais que passam pelo processo de adoção no Brasil. Mas, a realidade não é bem essa. As crianças que esperam por um novo lar e família já passaram por sofrimento e possuem diversos problemas emocionais.

No Cadastro Nacional de Adoção (CNA), há cerca de 5 mil crianças a serem adotadas, sendo que 80% possuem faixa etária acima de 9 anos, características bem diferentes das buscadas pelos casais. Mas, para aqueles que, mesmo assim, levam a desejo adiante, vale lembrar que o processo dura cerca de um ano.
Isso porque envolve diversos passos. Primeiro a pessoa deve fazer um petição com o pedido de adoção, para então passar por um processo de avaliação psicológica que a tornará apta para tal. Depois, diante de um assistente social, os “futuros pais” descreveram o perfil da criança que desejam e receberam, ou não, a habilitação.

A partir daí, a Vara da Infância e Adolescência fica responsável pela procura de uma criança que atenda ao perfil, para então, ocorrer o encontro entre as partes. Caso o processo ocorra com sucesso, a criança vai morar com a “nova família” e continua a receber visitas periódicas dos assistentes que farão uma avaliação conclusiva sobre o processo. Cabe então ao juiz dar o veredito final sobre o processo e o “novo filho” passa a ter todos os direitos de um filho biológico.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Um fim e um novo começo


Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil registrou um número recorde de divórcios em 2011. Com um valor 45,6% superior ao indicado em 2010, o país registrou nada menos do que 351.153 separações, maior valor desde o início da pesquisa, em 1984.

Um ponto sempre muito discutido após a separação: a situação dos filhos. De acordo com a pesquisa, 56,8% dos casais divorciados tinham filhos, sendo que 37,1% deles eram menores de idade, ou seja, estavam em etapas de desenvolvimento psicológico e social.
Para Letícia Souza, 16 anos, a separação de seus pais foi uma fase difícil de sua vida. “Embora eu concorde que a separação evitou as constantes brigas deles [pais], me distanciou muito do meu pai, perdi a presença masculina em boa parte da minha criação”, afirma.
A garota viveu a separação ainda muito jovem, com 11 anos de idade, mas acredita que a saída poderia ter sido diferente. “Eles poderiam ter se colocado mais um no lugar do outro, resolver os problemas com calma, cedendo um pouco, pensar que a família que estavam construindo era seria mais importante do que qualquer outra coisa”, explica. 
Atualmente Letícia mora com sua mãe, mas recentemente passou um bom tempo com seu pai e sua madrasta. “Minha mãe se mudou para o Rio de Janeiro e tive que morar com meu pai por uns dois meses. Foi muito ruim, perdi toda a minha liberdade, sem falar que não tenho uma boa relação com a minha madrasta”, completa. Segundo os dados do IBGE, 87,6% das mães mantém as custódias dos filhos após a separação.
Para a garota, esse distanciamento de cinco anos com seu pai afeta muito no dia a dia, as brigas eram constantes e ela não conseguia se sentir bem, à vontade, como na casa de sua mãe. “Meu pai perdeu muita coisa e não sabe lidar com algumas situações, é bem difícil para mim”, finaliza.
Muitas vezes os pais não percebem, mas os problemas pelo qual os filhos passam é fruto da relação entre eles. Para essas situações, especialistas aconselham terapia, tanto individual como em família.

Meio-irmãos à distância


A aproximação de um novo membro da família, seja ou de sangue ou não, deve ocorrer de forma saudável, mas isso depende do modo como esta aproximação será tratada pelos pais. Esse tipo de situação normalmente ocorre de duas formas distintas. A primeira trata-se de pais que se separam e depois se relacionam com outra pessoa que já tem um filho, enquanto a outra acontece quando pais geram filhos de um novo casamento. Nesses dois casos, torna-se comum meio-irmãos que moram longe uns dos outros, devido aos novos relacionamentos e casamentos de seus pais.

E foi isso que aconteceu com o estudante de administração Pedro Rollemberg (22), que tem pais separados e duas meias-irmãs, uma com 27 e outra com 28 anos, que moram com sua mãe no Rio de Janeiro. “Aqui em São Paulo, eu não morava com elas, mas nos víamos nos finais de semana. Depois, dos 9 aos 11 anos de idade, morei com minha mãe e com essas minhas duas irmãs no Rio de Janeiro”, contou Pedro, que diz ter um bom relacionamento com suas irmãs. “Sempre que dá eu e minhas irmãs conversamos. Somos um pouco afastados, mas quando eu ligo ou falo com elas pelo Facebook a conversa flui normalmente”, completou o estudante.

Segundo Pedro, a diferença idade entre eles não os afasta, mas a distância realmente é um fator que atrapalha a proximidade entre eles. “Se a gente morasse na mesma cidade, eu as encontraria pelo menos nos finais de semana. Sempre tivemos uma boa relação. Por serem mais velhas, elas sempre brigavam comigo para ser um cara bacana e ter caráter. Hoje a nossa relação ainda é boa, conversamos sobre trabalho, faculdade e outras coisas de nosso cotidiano”, contou.

Para a psicóloga Denise Pilatti (48), no caso de um meio-irmão, de uma criança que é fruto de um novo casamento, é importante que os pais incentivem o convívio entre eles e mostrem que há vantagens dentro desta nova companhia. “Há dessa forma a criação de situações de diversão, de conversas, para que eles encontrem, de forma natural, um ponto em comum para se darem bem”, comentou Denise.

Apesar disso, todo esse cuidado que os pais devem tomar não garante o bom relacionamento entre os novos irmãos. Para Denise, é importante que os pais não criem expectativas de que todos se darão bem. O principal é mostrar aos filhos que mesmo estando em um novo casamento, o bem-estar das crianças deve vir em primeiro lugar.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Irmãos adotivos


A adoção de um filho por parte de um casal costuma ser um assunto delicado quando este casal já tem um filho biológico. Relações de ciúmes, somados a um sentimento de substituição podem tomar conta dos filhos biológicos, pois para eles, pode parecer que seus pais considerem a criança adotada mais importante.
Para a professora e psicóloga Fernanda Alves (52), o ideal é que os pais conversem com o seu filho biológico sobre a adoção de maneira aberta, para que ele não se sinta diminuído e nem menos importante com a adoção de um novo filho. “O mais importante nesse tipo de conversa é que a criança possa perceber que seus pais estão seguros em relação à adoção”, completou Fernanda.

Segundo Fernanda, deve haver outro cuidado muito importante que os pais devem tomar em relação à essa situação: se certificar de que seu filho biológico não tratará mal a criança adotada. Para Fernanda Alves esse é um fator incomum, mas que pode vir a acontecer. Não é o caso de Otávio Klotz (25), que possui um irmão adotivo de 21 anos e um irmão de sangue de 18 anos. “Eu nunca tratei meus irmãos de modo diferente pelo fato de um deles ser adotado, muito pelo contrário, na verdade eu sequer me lembro desse detalhe”, contou.

Ciúmes

Mesmo com todo o cuidado, conversas, carinho e amor para dar mais atenção neste momento delicado, o ciúmes por parte dos filhos pode acontecer. “A convivência com o novo irmão adotado pode trazer ciúmes com graus diversos, criando até mesmo uma rejeição por parte da criança. Além disso, alguns fatores como agressividade, dificuldade de aprendizagem e insônia tanto por parte do filho sanguíneo quanto por parte do filho adotado, podem vir à tona”, aponta Fernanda.

A faixa etária dos filhos é um fator relevante neste tipo de situação. De acordo com a psicóloga, crianças mais novas parecem ser mais sensíveis a esta situação, por não saberem expressar em palavras os seus sentimentos. No entanto, filhos adolescentes apresentam uma possibilidade maior de saber conviver com um novo irmão que foi adotado por sua família.

O relacionamento entre irmãos

O primeiro post com conteúdo do blog não poderia ser sobre outro assunto a não ser o próprio relacionamento entre irmãos, ainda com relação sanguínea, sendo filhos de mesmos pais, para conseguir identificar como é essa situação no cenário mais comum e habitual.

Enquanto uma criança é o único filho de uma família, ela é o centro das atenções, é a quem os pais delegam todo o carinho. Entretanto, isso tudo muda quando o segundo filho chega. O primogênito se sente ameaçado de perder ou ter de dividir o amor daqueles que antes eram somente seu, além de perceber uma nova realidade, na qual existem outras pessoas com quem ele terá de dividir espaços.


Mas na verdade, não é apenas o primogênito quem fica desconfortável com essa situação. O filho mais novo acredita que o mais velho conta com alguns privilégios, e também convive com a ideia de ser o segundo, o que causa ciúmes, ao querer ocupar o lugar de primeiro.

Por isso tudo que foi apresentado é que é normal haver diversos sentimentos na convivência entre irmãos, como ciúme, inveja, competição, rivalidade, entre outros. E isso é de certo modo positivo, pois é nessa relação que as pessoas têm suas primeiras experiências com mistura de sentimentos, alternando entre amor e ódio em relação ao irmão.

Esse tipo de relacionamento não tem apenas seu lado negativo, mas também os aspectos positivos, uma vez que essa relação é fundamental no desenvolvimento infantil, pois é quando convivemos com outras pessoas, as tomamos como fonte de aprendizagem, competimos e somos também solidários.

Portanto, de modo geral, essa relação de irmãos é de fundamental importância na construção do caráter de uma pessoa, pois ao passar por todos esses sentimentos, sejam eles positivos ou negativos, aprendemos a lidar com situações que enfrentaremos pelo resto de nossas vidas.